9 de abr. de 2011

Tem início o VIII Fórum Mesoamericano dos Povos


Lutar contra a repressão aos povos e refletir sobre os dez anos de articulação de resistências contra as políticas neoliberais. Com esta motivação, teve início hoje (8) o VIII Fórum Mesoamericano dos Povos, que ocorrerá até o dia dez, na cidade mexicana de Minatitlán.

Cerca de 700 militantes do Panamá, Costa Rica, Nicarágua, Honduras, El Salvador, Guatemala e México estão participando do Fórum. Eles debaterão a crise do capitalismo e a luta em defesa dos territórios e por soberania alimentar e energética. A violência patriarcal e a criminalização dos movimentos sociais também estão na pauta.
O encontro se divide entre momentos de denúncia e apresentação de experiências de lutas mesoamericanas, além da análise da trajetória do Fórum e do atual cenário de resistências. Este último tema será discutido em grupos, que, na Assembleia Geral do dia dez, exporão os debates, apresentando propostas de plano de ação. Os militantes também planejarão as próximas atividades do Fórum e aprovarão uma Declaratória. Durante o evento, haverá a Feira Mesoamericana, com produtos agropecuários e artesanais, além de vídeos e publicações. Como forma de fortalecer a cultura e identidade dos povos, ocorrerá uma cerimônia maia, hoje, às 19 horas, assim como um ritual popoluca, amanhã.

Preocupados com o meio ambiente, os participantes resolveram que todos deverão levar seus próprios utensílios, para evitar os descartáveis, e não consumirão refrigerantes, devido às garrafas Pet.
No último dia do encontro, para mostrar a força de sua articulação, o Fórum sairá em marcha da Universidade Veracruzana até o centro de Minatitlan, às 14 horas

A primeira edição do Fórum foi organizada em 2001, tendo como "motor” a luta contra o antigo Plano Puebla-Panamá, hoje denominado Projeto Mesoamérica. Os povos declaram que o projeto é "uma estratégia de minar a pouca soberania de nossos povos, com a colaboração de seus governantes” e denunciam a tortura e assassinato de líderes sociais.

De acordo com a versão oficial, o plano pretende "integrar” a região compreendida entre Puebla, cidade mexicana, e Cidade do Panamá, capital do país de mesmo nome. Para isso, serão construídas usinas hidrelétricas, estradas, estruturas de telecomunicação, minas, aeroportos, complexos urbanos de luxo, campos de golfe e lagos artificiais privados.

"Pretendem ter o controle de todo o processo, desde a pesquisa, plano, os projetos de investimentos e cadeias produtivas, até os sistemas de saúde, moradia, educação e emprego”, relatam os organizadores do Fórum.
O evento pode ser assistido ao vivo no site do Fórum: http://foromesoamericano.codigosur.net/ 

Camila Queiroz
Jornalista da ADITAL
Adital


Nenhum comentário:

Postar um comentário