9 de abr. de 2011

Muro de aço vira solução para frear radiação no mar de Fukushima

Japão divulga novo balanço e contabiliza 12.876 mortos neste sábado (9)

Toshifumi Kitamura/AFPToshifumi Kitamura/AFP
Mãe e filha, que estão desabrigadas devido à crise nuclear em Fukushima,
cumprem rotina em abrigo provisório


A Tokyo Electric Power Company (Tepco), operadora da usina nuclear de Fukushima, começou neste sábado (9) a instalar um muro de aço para prevenir o vazamento de mais água com material radioativo ao mar, informou a agência local Kyodo.
A Tepco tentará assim tapar uma saída que liga o reator 2 ao oceano Pacífico e pela qual, quando a central funcionava adequadamente, entrava a água que seria utilizada no edifício de turbinas.
Agora, os técnicos temem que por esse conduto esteja vazando água altamente radioativa ao mar, pelo que o bloquearão com sete placas de aço e uma malha de material sintético de 120 metros de largura.
Na última quarta-feira (6), os operários da Tepco conseguiram deter um vazamento de água altamente contaminada descoberto quatro dias antes em uma fossa da usina próxima ao mar.
Os níveis de radioatividade no oceano continuaram altos, ainda que tenham registrado queda. A concentração de iodo radioativo em águas marítimas próximas à central um dia depois de o vazamento ter sido controlado era 63 mil vezes superior ao permitido.
Rússia, China e Coreia do Sul demonstraram preocupação pelos vazamentos de material radioativo ao mar e também pela liberação no oceano Pacífico de cerca de 9.000 toneladas de água com baixa radioatividade.
Segundo os técnicos, esta medida é necessária para permitir que seja armazenada água com maior concentração de materiais radioativos e para que possam acelerar as tarefas para estabilizar os reatores de Fukushima Daiichi. 
Japão contabiliza 27.741 vítimas por desastre

O número de mortos pelo terremoto e o tsunami de 11 de março chegou a 12.876 neste sábado, enquanto 14.865 pessoas seguem desaparecidas, segundo o último boletim policial.


Além disso, os mais de 2.300 centros de acolhimento temporários continuam a abrigar mais de 153 mil pessoas provenientes em sua maioria das Províncias de Miyagi, Iwate e Fukushima, as mais devastadas pela catástrofe.
Em Miyagi, o número de mortos chega a 7.868 e há 6.619 pessoas sem paradeiro conhecido, enquanto em Iwate há 3.745 mortos e 4.407 desaparecidos.
Já Fukushima contabiliza 1.201 vítimas fatais e 3.535 desaparecidos. Precisamente 83% dos corpos encontrados até o momento foram identificados e liberados para suas famílias, mas esse trabalho vem ficando mais complicado com o passar do tempo.
Desde a última quinta-feira (7), cerca de 300 agentes da polícia buscam as vítimas do terremoto e do tsunami na zona de exclusão de 20 km ao redor de usina nuclear de Fukushima Daiichi, onde se acredita que ainda estejam 2.000 corpos.
Não haviam sido realizados trabalhos de recuperação de corpos nessa área pelo temor com relação à alta radioatividade proveniente da usina nuclear de Fukushima, cujos reatores sofreram vazamentos consideráveis.
Os policiais, que iniciaram as buscas em áreas evacuadas da localidade de Minamisoma, usam trajes de proteção e máscaras e carregam o tempo todo detectores de radioatividade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário