28 de abr. de 2011

Efeméride

Isabel Vasconcellos
Mulher Do Dia

 
29 de abril,
1985, morreu Carmen da Silva
Lançada pela Editora Abril, em 1963, a Revista Claudia foi a primeira publicação brasileira exclusivamente dedicada ao universo feminino. As revistas existentes, para as mulheres, até então, eram apenas os figurinos, revistas de moda e vestuário e que ensinavam, inclusive, a costurar.
Mas, para a surpresa de seus editores, logo depois de lançados os primeiros números, uma psicóloga entrou em contato com a redação para dizer que todo aquele cosmos de lar, cozinha, relação com seu homem, criação do seu filho, estava sufocando as mulheres. Elas queriam mais. Elas queriam ser cidadãs por inteiro, conhecedoras de sua verdadeira natureza e de seus anseios. Estava faltando isso na revista. Estava faltando falar da arte de ser mulher.
Assim, nasceu, pelas mãos dessa psicóloga e jornalista, a inesquecível Carmen da Silva, a mais importante e revolucionária coluna da imprensa brasileira, daquele tempo, para o mundo feminino: “A Arte de Ser Mulher”, publicada de 1963 a 1985.
Carmen da Silva nasceu no Rio Grande do Sul em 31 de dezembro de 1919 e começou sua carreira jornalística na década de 1940, quando morou na Argentina e no Uruguai.
Foi no começo dos anos 1960 que ela se mudou para o Rio de Janeiro e foi de lá do Rio que ela escreveu pra Revista Claudia, cuja redação era, e é, em São Paulo.
A proposta de Carmem era escrever sobre as mulheres que estavam se transformando em muito mais do que simples “rainhas do lar”. Era 1963. Nada, então, de falar em feminismo. Carmen sabia que se falasse em feminismo seria afastada da grande imprensa. Só a partir da metade dos anos 1970, depois da decretação de 1975 como Ano Internacional da Mulher, pela ONU, a palavra feminista entrou em suas colunas.
Em 1984, Carmen publicou sua autobiografia.
Em 1985, era a líder de uma passeata feminista, no centro do Rio, vestida de Estátua da Liberdade.
Defendia as idéias feministas mas fazia enorme sucesso entre todas as mulheres, mesmo as mais conservadoras, porque sempre enfocou os temasda vida cotidiana feminina.
Carmen da Silva estava dando uma palestra em Volta Redonda quando, de uma hora para outra, seu ventre começou a inchar e ela brincou com a platéia: “fiquei instantaneamente grávida”. Era um aneurisma, que a matou poucas horas depois, em 29 de abril de 1985, aos 64 anos de idade.
Livros de Carmen da Silva:
Histórias híbridas de uma senhora de respeito (Ed. Brasiliense)
O homem e a mulher no mundo moderno (Ed. Civilização Brasileira)
Sangue sem dono (Ed. Civilização Brasileira)
Coletânea:
O melhor de Carmen da Silva - Laura Civitta (org). (Ed Rosa dos Tempos)
.
 

Um comentário:

  1. A quem possa interessar,

    Sigo lendo o livro "O melhor de Carmem da Silva" que caiu em minhas mãos quase que por acaso e vem me surpreendendo a cada linha, a cada tópico a cada página.
    Recomendo!

    Deise

    ResponderExcluir