28 de abr. de 2011

Conhecendo o BRASIL

  " Acre, reserva de riquezas"


Belas paisagens e grandes riquezas naturais, fazem do Acre um importante estado brasileiro. Dizem que por volta de 1878 o colonizador João Gabriel escreveu um bilhete a um comerciante paraense pedindo mercadorias que deveriam ser enviadas à Boca do Rio Aquiri. Como os empregados do mercado não conseguissem entender a letra de João Gabriel, ao invés de escrever que as mercadorias deveriam ser entregues em Aquiri, escreveram Acri. Sempre quando mandavam mercadorias ao colonizador, endereçavam como destino Acri. Depois de algum tempo, a região passou a ser conhecida como Acre, tendo a capital em Rio Branco.
Cruzeiro do Sul é conhecida como a "Terra dos Náuas", com igarapés mágicos, praias de areias claras e finas, águas escuras e límpidas, passeios e pescarias pelos rios e a vegetação selvagem da floresta, sendo uma cidade turística da região. Feijó eram habitadas pelas tribos Jaminawás, kaxinauwás e Chacauwás.

Na cidade de Plácido de Castro tem um parque ecológico, com 34 hectares e 113 espécies da flora tropical, considerado um dos mais importantes e completos da Região Amazônica.

E a cidade de Tarauacá é conhecida como a terra do abacaxi gigante. Esse fruto chega a pesar em torno de 15 kg, fato que provoca grande admiração nos visitantes.

Até o século 19 a região era desconhecida e pouco explorada, até que atraidos pela grande produção de seringueiras e interesse pela borracha, milhares de pessoas partiram do sul e do nordeste brasileiro para trabalhar no Acre, criando uma cultura acriana, com diferentes tradições folclóricas e culinárias. Muito rica em castanheiras e seringueiras da espécie mais valiosa, a Hevea brasiliensis, o Acre é o maior produtor de borracha e castanha do Brasil.



Importante descoberta cientifica foi feita em laboratório da Faculdade de Medicina de São Paulo onde constatou-se que curativos feitos com látex natural estimula a formação de vasos sanguíneos na região de ferimentos, e segundo alguns trabalhos, pode formar um novo tecido ósseo. Os cientistas descobriram que o látex, extraído da seringueira, é um cicatrizante natural da planta.

No Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, a membrana vem sendo usada para tratar pacientes com problemas de pele e reconstituição de tímpano. Com a confirmação científica de que o látex também ajuda na regeneração dos ossos, a pesquisa pode ser direcionada para a ortopedia, no tratamento de traumas, da osteoporose e principalmente da odontologia, na reconstituição dos ossos da face. Isso ressalta a importância dos seringais brasileiros.

Os primeiros rios colonizados foram o Purús e o Juruá, exatamente o local de terras indígenas. De 1880 a 1910 os indios tiveram suas terras invadidas, foram perseguidos e dizimados. Contam que os índios aprisionados eram obrigados a trabalhar nos seringais. Com o movimento de apoio aos índios, eles reconquistaram suas terras.



Hoje existem 17 etnias indigenas no Acre e Xapuri constitui o berço da luta preservacionista em defesa das reservas naturais da Amazônia, iniciada pelo líder sindicalista Chico Mendes, que defendia uma vida digna e harmoniosa do seringueiro com a floresta. Em razão de sua ideologia foi assassinado em 1988. Sua iniciativa atraiu atenções mundiais para a causa e Xapuri transformou-se em cidade símbolo da consciência ecológica.

Os Katukinas do Acre estão nas Terras Indigenas do Rio Campinas e na Aldeia Sete Estrelas, Terra Indígena do Rio Gregório. Internamente os Katukinas, denominam-se de acordo com os seus clãs e sua diversidade contribuiu para a formação deste povo: Kamãnaua (povo da Onça ou do cachorro, dependendo da fonte) Varinaua (Povo do Sol), Satanaua (povo da Lontra), Neianaua (povo do Céu), entre outros clãs menos numerosos.

A Terra Indígena Katukina/Kaxinaua, no município de Feijó, assim foi denominada por um erro histórico. Não se trata de Katuquinas, mas sim dos auto-denominados Shanenáwa (povo do Pássaro Azul). O município de Feijó tinha suas terras habitadas pelas tribos Jaminawás, kaxinauwás e Chacauwás. A característica marcante do povo indígena Jaminawás é o nomadismo.

Este povo está em frequente mudança de localização de suas aldeias. Há mais de mil anos as etnias que formam esse povo se deslocam na região. Eles dispõem de grande capacidade de adaptação a novos ambientes. Em geral, não se mostram preocupados em construir grandes habitações e acham perfeitamente aceitável que alguém more durante meses, ou mesmo anos, em simples tapiris. O contato com a cidade transformou os Jaminawas.

Muito do seu antigo modo de vida se modificou. Eles criaram novas demandas impossíveis de serem satisfeitas com os recursos naturais do seu próprio habitat, estando sempre em busca de bens industrializados, roupas sapatos e alimentos fabricados na cidade. Este contato alterou profundamente a cultura dos Jaminawa, embora todos falem a língua nativa.



O povo Huni Kuin, Kaxinawás que significa “gente verdadeira” em seu próprio idioma, é uma das etnias sobreviventes do duro embate travado há séculos contra o colonizador. Portadores de grande sabedoria e de segredos raros da natureza, realizam um importante trabalho de preservação de suas tradições, de seus rituais sagrados, mitos de origem, medicinas, tecnologias têxtil e agrícola, preservação de tradições lingísticas e culturais preciosas aos povos da floresta. São hoje importante referência entre os povos da Amazônia, conhecidos, estudados e respeitados por cientistas e outros povos indígenas de todo o planeta.




O território do povo Yawanawá na cidade Tarauacá, terra indígena do Rio Gregório, está em 3 aldeias: Nova Esperança, Mutum e Escondido. A região é de difícil acesso devido à baixa navegabilidade dos rios, principalmente no verão. Desde 1992, a Nova Esperança se constituiu na principal aldeia Yawanawá, em virtude do abandono do seringal Kaxinawá, ocupado durante o período de exploração da borracha.

O povo Yawanawá aglutina membros dos grupos Shawanawa, Iskunawa, Rununawa, Kamanawa, Varinawa, Txashunawa e Sainawa. Outros grupos são os Apurinã, Kaxinawá, Kaxinawá/Kulina, Katukina Pano/Kaxinawá, Katukina Pano/Kamanawa/Iaunauá, Kaxinawá/Kampa, Machineri/Jaminawá, Nuquini, Poyanawa, Kampa, Kulína, Kulina/Kaxínawá, Katukina Pano, Arara Shawanawa, Jaminawa, Jaminawa/Arara Shavanawa, e um povo isolado e desconhecido sem contato com a civilização.
O Festival Yawa é realizado na Aldeia Nova Esperança, em Tarauacá no Acre. Os índios Yawanawás mantêm um grande bosque medicinal - o Nii Pey - com mais de 5.000 espécies da flora amazônica e se apresenta como portal ao festival, que atrai a atenção de turistas de vários países. O último Festival recebeu visitantes dos Estados Unidos, Canadá, Argentina, Chile e Austrália. O cacique Vernon Foster Lakota, do Arizona, representou os índios norte-americanos na festa.



Em pelo menos 100 aldeias, ainda é mantida a lingua original. Os Yawanawas mantém a produção e comercialização de farinha e alimentos, além do aproveitamento de madeira em trabalho de marcenaria, com qualificação dos indígenas e consultoria especializada para garantir a qualidade dos produtos. Na reserva vivem cerca de 700 índios Yawanawas e katuquinas. Só na aldeia Nova Esperança, 430 Yawanawá, além das aldeias Mutum, Matrinchã, Amparo, Tibúrcio, Escondido e Sete Estrelas. Os dois povos tradicionalmente convivem e casam entre si, mas apresentam diferenças marcantes nos costumes e rituais.

Os Yawanawá iniciam sua preparação para as festas com admiráveis pinturas corporais, que encantam por sua forma e cores. Possuem refinado padrão estético, que pode ser demonstrado na composição de seu visual. Suas festas também têm um caráter espiritual, quando bebem o Uni - ayahuasca, para se comunicarem com os espíritos dos seus ancestrais, a fim de obter ajuda para solucionar problemas. Esse aspecto tem relevância na constituição e continuidade da cultura Yawanawá, pois a pajelança atende aos pedidos de cura, mas também pode causá-las, como também pode orientar nos procedimentos de guerra, nas fórmulas para uma boa caçada.




Na Aldeia Nova Esperança a produção de biojoias feitas a partir de sementes de espécies amazônicas, como a paxiúba e a jarina, além de madeiras identificadas para esse fim pelos próprios índios, o artesanato produzido pelos Yawa são de elevada qualidade. A arte de esculpir em madeira habita o universo da cultura das várias etnias indígenas do Acre.

Os escultores indígenas, que também são agentes agroflorestais, aprenderam o oficio através da Ong Comissão Pró-Índio. Toda a arte de esculpir é feita em troncos de madeira reaproveitáveis. As esculturas retratam personagens muitas vezes relacionados aos mitos de preservação do meio ambiente, como a Mãe da Seringueira, protetora da seringa, e os seres encantados que protegem as águas.

O domínio das técnicas artesanais está restrito às mulheres mais velhas, por questões sociais resultantes do contato. Dentre a variada produção cultural destacam-se os desenhos corporais usados no saiti, feitos de urucum e genipapo fixados à pele por uma resina. Os homens fazem as armas, como lanças, arcos, flechas e bordunas. Sua produção exige o cumprimento de resguardos. Os artesanatos produzidos pelas mulheres são a cerâmica, cestarias, linhas e desenhos. No entanto, os Yawanawá produzem artesanatos predominantemente para consumo interno.

Graças aos povos indígenas e aos seringueiros, o desenvolvimento sustentável é mantido no Acre. Ao som do Purintí - buzina que avisa ao mundo espiritual que na terra Yawá está acontecendo alguma coisa - durante o festival os índios refazem a trajetória de seus antepassados e mantêm acesa a chama de uma cultura milenar que ensina ao mundo como é possível viver em harmonia com a Natureza.




Em Marechal Thaumaturgo, no Acre, está a aldeia dos índios Ashaninkas, também denominados Kampa. Ao longo dos anos, eles conseguiram preservar sua identidade cultural, onde os mais velhos contam histórias para os mais novos. Também são responsáveis pela preservação da floresta na fronteira do Brasil com o Peru, onde a atuação de madeireiros põe em risco a preservação da Amazônia e a tradição do povo Ashaninkas.

Devido as suas vestimentas e habilidade para o artesanato, os Ashaninkas se destacam das demais etnias da região. São povos guerreiros que têm uma longa história de luta, repelindo os invasores desde a época do Império Incaico até a economia extrativista da borracha do século 19 e, particularmente entre os habitantes do lado brasileiro da fronteira, combatendo a exploração madeireira desde 1980 até hoje.

Povo orgulhoso de sua cultura, movido por um sentimento agudo de liberdade, prontos para defender seu território, os Ashaninka não são simples objetos da história ocidental. É admirável sua capacidade de conciliar costumes e valores tradicionais com idéias e práticas do mundo dos brancos, tais como aquelas ligadas à sustentabilidade socioambiental.


Para sensibilizar a sociedade sobre a importância da preservação das florestas para a garantia da vida no planeta, a ONU – Organização das Nações Unidas declarou oficialmente que 2011 é o Ano Internacional das Florestas. Durante os 12 meses muitas ações irão incentivar a conservação e a gestão sustentável de todos os tipos de floresta do planeta, mostrando que a exploração das matas, sem um manejo sustentável, pode causar uma série de futuros prejuízos para o planeta.


Indios que vivem no Acre isolados da civilização



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