Terrorista Luis Posada Carriles é absolvido nos EUA
Um tribunal estadunidense absolveu na ultima sexta-feira (dia 08) o ex-agente da CIA e atual membro da extrema-direita de Miami Luis Posada Carriles das acusações movidas pela Venezuela e pela própria imigração dos EUA, que lhe faz onze denúncias.
Após um julgamento de mais de três meses no Texas, a juíza Kathleen Cardone rejeitou o pedido de extradição de Posada Carriles feito pela Venezuela ao absolvê-lo de culpa nos onze processos aos quais respondia nos EUA, onde é acusado de fraude, obstrução de processos, omissão de informações, falsas declarações no pedido de “asilo político” e falsidade ideológica.
"Isso demonstra que, nos EUA, a dramatização pesa mais que as provas. Montaram um tremendo teatro e conseguiram persuadir o júri. Sequer mostraram todas as provas que existiam por determinação da própria juíza", afirmou o representante legal da Venezuela no pedido de extradição, José Pertierra. Para o representante, era "obrigação" dos EUA extraditar Posada Carriles para Caracas, onde ele responderia por 72 processos de homicídio qualificado em que é acusado na Venezuela.
Posada também é acusado por Cuba pela prática de vários atentados terroristas, sendo considerado por Havana o homem que, durante anos, tentou matar Fidel Castro.
Entre as acusações pelas quais Posada Carriles foi inocentado, estavam um falso testemunho sobre os ataques a hotéis em Havana em 1997 e a participação no mesmo ataque, que matou o turista italiano Fabio di Celmo, de 32 anos.
Além disso, autoridades cubanas garantem que o cubano nacionalizado venezuelano participou dos ataques explosivos a instalações turísticas de Cuba em 1997 e 1998 e de ter maquinado a explosão de um avião comercial da companhia Cubana de Aviación, em 1976, um ataque que mataram todos os 73 passageiros e tripulantes da aeronave, um DC-8 que voava de Barbados à Jamaica.
“Nascido em Cienfuegos, Cuba, em 15 de fevereiro de 1928, Posada Carriles se opôs ao governo da Revolução cubana desde o começo e fugiu do país para os Estados Unidos, onde ocupou um papel importante entre os “exilados” cubanos de Miami.
Em 1961, alistou-se como voluntário para invadir a Ilha através da Baía dos Porcos, uma ação patrocinada pela CIA, embora não tenha chegado a entrar em combate porque a invasão foi logo impedida pelas forças de defesas cubanas.
Dois anos depois, ingressou no Exército estadunidense, onde foi treinado em operações de inteligência.
A CIA apoiava, então, os esforços dos “exilados” cubanos para derrotar o governo “comunista” de Fidel Castro, mas esse tornou-se menos decidido depois da frustrada invasão da Baía de Porcos e de outros acontecimentos da política dos EUA, como a Crise dos Mísseis com a União Soviética em 1962.
No entanto, Posada Carrilles continuou sendo, por um longo período da Guerra Fria, um homem importante para os Estados Unidos e um fator de tensão permanente na relação com Cuba. Documentos estadunidenses demonstram que Posada Carriles trabalhou para a CIA desde 1965 até junho de 1976.
Parte da documentação desarquivada pela CIA, e divulgada em agosto de 2009 pelo Arquivo de Segurança Nacional dos EUA (NSA, na sigla em inglês), diz que Posada Carriles ofereceu a essa agência nos anos 60 seus serviços para dirigir grupos de “exilados” que realizariam ações militares contra o governo e a sociedade cubana.
Segundo o governo de Havana, Posada planejou assassinar Fidel Castro durante uma visita deste ao Chile, em 1971. Tratava-se de um plano “cuidadosamente planejado” pelo então agente da CIA, que assassinaria Castro com um revólver escondido numa câmara.
Para o presidente da Assembléia Nacional do Poder Popular de Cuba (Parlamento), Ricardo Alárcon, estudioso das relações Cuba-EUA e que morou 14 anos nos EUA, o julgamento foi uma farsa. Ele também criticou a juíza do caso por não deixar o júri escutar a confissão de culpa do réu. Aproveitando a ocasião do momento reforçou que o resultado do julgamento de Posada não vai interferir no julgamento do estadunidense Alan Gross,condenado em Cuba em primeira instância a 15 anos de detenção, por cometer crimes contra a soberania e integridade territorial de seu país,agindo ilegalmente dentro de Cuba.
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