12 de abr. de 2011

Denúncia

Caos em Campinápolis: 

 

[Xavantes - Campinapolis, MT]

Denúncias não surtem efeitos. Saúde em estado de emergência

Ruas completamente esburacadas, obra paralisada, quatro secretários sendo investigados, um secretário afastado por denúncias de irregularidades no programa Bolsa Família e o prefeito respondendo a inquérito policial por suposto desvio de recursos destinados à saúde da população indígena do município. Pra completar, o prefeito decretou estado de emergência na saúde.

Os vereadores Lucas Mayron (PTB) e Jeremias Xavante (DEM) denunciam o caos. “Já fizemos  algumas denúncias no Ministério Público, mas ainda não tivemos resposta ou solução. A cidade é só buracos, obras inacabadas de mais de 4 anos como a canalização do Córrego Voadeira”, diz Mayron, questionando porque tanta demora para a Prefeitura promover um recapeamento geral no asfalto da cidade.

“Agora decretaram estado de emergência na cidade”, acrescenta o vereador Jeremias Xavante, ressaltando que a arrecadação do município é de mais de R$ 1 milhão “e as coisas não andam”.
 
No edital publicado no Diário Oficial do Estado, o prefeito Altino Vieira de Rezende Filho (PR) decreta estado de emergência considerando o alto índice de infecções respiratórias agudas, super infecções bacterianas, causadoras de pneumonia, broncopneumonia, tuberculose, otites médias e sinusites.

 Ele argumenta que existe um grande número de crianças internadas no Hospital Municipal de Campinápolis hiponutridas com menos de quatro anos, que, segundo o prefeito, contribui de forma significativa para o aumento da taxa de mortalidade, levando assim ao agravamento deste desastre e ao aumento dos danos humanos e prejuízos sociais.

Com a situação de emergência, o município de Campinápolis ficou autorizado a convocar voluntários e inclusive a arrecadar recursos junto a comunidade com o objetivo de “facilitar as ações de assistência à população afetada pelo desastre”.

Para os vereadores, a situação da saúde no município, bem como em outro setores, é reflexo da má gestão pública. São quatro secretários no cargo sob liminar, sendo investigados por corrução, e que até hoje não foram afastados. Além disso, há um quinto secretário afastado por denúncia de desvio de dinheiro federal. Inclusive foram apreendidos vários documentos no Centro de Ressocialização e Assistência Social (CRAS) do município.

A prefeitura de Campinápolis também está sendo investigada em inquérito policial sobre desvio de verba repassada mensalmente pelo Governo Federal para investimento na saúde da população indígena daquele município. A fraude teria ocorrido entre 2007 e 2009.

São quase R$ 3 milhões por ano que chegam aos cofres da prefeitura anualmente para garantir assistência a saúde dos Xavante. Apesar da cifra milionária, 37 crianças indígenas morreram em 2010 por falta de assistência básica à saúde, vítimas de doenças como pneumonia, diarreia e verminose.

Jornalista Sandra Carvalho-Cuibá

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