TERESÓPOLIS DO BUMBA
Há um ano, choramos o Morro do Bumba. Mandamos roupas, produtos, gêneros, solidariedade. A mesma romaria de ONG’s e autoridades que tivemos aqui, se viu lá. Problema: até agora, nada resolvido concretamente. Muita gente voltando às velhas casas condenadas. O conjunto habitacional prometido não está pronto. O aluguel social atrasa ou não vem. Criada a Associação de Vítimas, se empenha em manifestações de rua...
Por essas e outras é que me preocupou desde o início a questão política aqui ter se misturado/agravado com a gestão da crise. Prefeito fraco não resolve crise alguma. Será que o foco das manifestações estava correto? Será que não era necessário organizar a pressão pelas soluções indispensáveis a que não nos tornemos cá o Bumba de lá? Se o Prefeito não cai, que pelo menos sua caneta assine o que realmente é relevante e necessário! Mas parece que as coisas estão mudando. Vertiginosamente.
Sobre a CPI instalada pairou a suspeita de “chapa branca”. Veio a nova proposta de CPI, do Vereador Cláudio Mello. Não tinha colado. Mas aí o PT parece ter buscado resolver sua crise Jekyll & Hyde. A porção “médico” resolveu enquadrar o lado “monstro”. Fechou questão em torno da CPI do Cláudio, o que, em tese, impõe a obrigação de os vereadores Cleiton e Ademir aderirem, viabilizando a Comissão. Além disso, abriu processo contra o Prefeito, na Comissão de Ética.
Para piorar, quatro importantes defecções no Secretariado (já deve somar mais de 40 mudanças, o que dá Guiness, certamente). Norma Suley, da Secretaria da Mulher, Laet Moutinho, da Segurança, Rodrigo Mathias, do Orçamento Participativo e... Dione Manetti, do Desenvolvimento Social! Este último é um desligamento emblemático, pois fora a mudança mais criticada por mim, a que me tirou ânimo e esperanças, porque ocorreu em momento crítico, quando Abrigos e Comitê de Proteção à Criança e Adolescente Vítimas da Chuva começavam a encontrar alguma interlocução e soluções, com Rudimar, que saiu do Desenvolvimento Social para outra Secretaria. Tudo parara com a chegada de Manetti. Tudo estaca de novo.
Parece que a Érika, que coordena o Bolsa Família está respondendo interinamente pela Secretaria. Porque a respeito, desejo-lhe (mesmo) sorte, mas sei que assume como um subalterno de navio pequeno que de repente é alçado a comandante do transatlântico todo, prestes ao titânico iceberg.
Até cheguei a escrever que o pessoal das manifestações de rua tinha que tomar cuidado com a possível frustração do movimento, que parece requerer um “fora já” que não me parecia possível. Legalmente, ainda não me parece. As opções alternativas não são as melhores. Mas o fato é que a situação está ficando insustentável. Está difícil respirar na cidade. Falta o oxigênio da esperança.
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