21 de abr. de 2011

EUA lamentam morte de documentarista indicado ao Oscar na Líbia

A Casa Branca lamentou nesta quarta-feira a morte do fotógrafo e documentarista britânico Tim Hetherington, 40, na Líbia e pediu que o país do Norte da África aja para proteger os jornalistas que cobrem o conflito.
O porta-voz do presidente americano, Barack Obama,declarou-se "triste" pela notícia do assassinato de Hetherington, que trabalhava para a revista "Vanity Fair", e "muito preocupado" com a situação dos outros jornalistas atingidos pelo mesmo ataque.
"Os jornalistas de todo o planeta arriscam suas vidas a cada dia para nos manterem informados, pedir responsabilidades aos líderes mundiais e dar voz àqueles que de outra forma jamais seriam escutados", disse Carney em um comunicado.
"O governo líbio e todos os governos do mundo deve tomar medidas para proteger os jornalistas em seu trabalho vital", completou.
Hetherington é o segundo jornalista que morre no conflito líbio, que começou há dois meses. Ele dirigiu o documentário "Restrepo", que fala sobre soldados americanos no Afeganistão e foi indicado ao Oscar em 2010. Ele foi morto dentro da cidade --a única controlada por rebeldes no oeste do país, de acordo com a sua agente, Johanna Ramos Boyer. A cidade estava cercada por forças do regime há várias semanas.

Eddy Risch/Efe
Imagem de arquivo do jornalista da "Vanity Fair" Tim Hetherington, morto na Líbia
Imagem de arquivo do jornalista da "Vanity Fair" Tim Hetherington, morto na Líbia nesta quarta-feira  
Nesta terça-feira, ele havia postado em sua página no microblog Twitter: "Estou cercado na cidade líbia de Misrata. Ataques indiscriminados das forças de Gaddafi. Nenhum sinal da Otan".
"Tim estava na Líbia para continuar seu projeto de chamar a atenção para crises humanitárias em tempos de guerra", disse a família Hetherington em um comunicado. "Sentiremos sua falta para sempre".
OUTRA VÍTIMA
O fotógrafo americano Chris Hondros, 41, que morava em Nova York e trabalhava para a agência Getty Images também morreu durante confrontos entre rebeldes e forças leais ao ditador líbio, Muammar Gaddafi, em Misrata nesta quarta-feira. Outros três fotógrafos ocidentais também ficaram feridos.

AP
O fotógrafo americano Chris Hondros, que morreu durante confrontos em Misrata, na Líbia
O fotógrafo americano Chris Hondros, que morreu durante confrontos em Misrata, na Líbia
"Ele dava um ar de intimidade ao seu trabalho", disse Swayne Hall, amiga de longa data que trabalha para a agência Associated Press. "Algumas pessoas usam lentes de longo alcance e não tem que se aproximar muito. Mas Chris chegava perto, ele não tinha medo de fotografar nada", contou.
Os outros dois fotógrafos feridos -- Guy Martin, britânico que trabalhava para a agência Panos e Michael Christopher Brown-- foram tratados após serem atingidos por estilhaços de munições, de acordo com fontes médicas.
As circunstâncias das mortes não foram esclarecidas de imediato. O comunicado da família Hetherington diz que Tim foi morto após ser atingido por uma granada.
Outros dois jornalistas morreram no conflito na Líbia, de acordo com o Comitê de Proteção a Jornalistas, com base em Nova York. Um homem armado matou Mohammed al Nabbous, fundador da versão on-line da TV líbia Al Hurra em Benghazi no dia 19 de março. O cinegrafista Ali Hassan al Jaber foi morto quando sua equipe da rede de TV Al Jazeera caiu em uma emboscada em Benghazi em 13 de março.
Forças leais a Gaddafi intensificaram os ataques contra Misrata, a terceira maior cidade líbia, lançando foguetes contra áreas residenciais da cidade, de acordo com testemunhas e fontes dos grupos de defesa dos direitos humanos.
A Otan já admitiu que os bombardeios aéreos são limitados no que diz respeito a proteger civis -- que é o principal objetivo da missão internacional. 

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

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