EUA lamentam morte de documentarista indicado ao Oscar na Líbia
A Casa Branca lamentou nesta quarta-feira a morte do fotógrafo e documentarista britânico Tim Hetherington, 40, na Líbia e pediu que o país do Norte da África aja para proteger os jornalistas que cobrem o conflito.
O porta-voz do presidente americano, Barack Obama,declarou-se "triste" pela notícia do assassinato de Hetherington, que trabalhava para a revista "Vanity Fair", e "muito preocupado" com a situação dos outros jornalistas atingidos pelo mesmo ataque.
"Os jornalistas de todo o planeta arriscam suas vidas a cada dia para nos manterem informados, pedir responsabilidades aos líderes mundiais e dar voz àqueles que de outra forma jamais seriam escutados", disse Carney em um comunicado.
"O governo líbio e todos os governos do mundo deve tomar medidas para proteger os jornalistas em seu trabalho vital", completou.
Hetherington é o segundo jornalista que morre no conflito líbio, que começou há dois meses. Ele dirigiu o documentário "Restrepo", que fala sobre soldados americanos no Afeganistão e foi indicado ao Oscar em 2010. Ele foi morto dentro da cidade --a única controlada por rebeldes no oeste do país, de acordo com a sua agente, Johanna Ramos Boyer. A cidade estava cercada por forças do regime há várias semanas.
Eddy Risch/Efe | ||
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Imagem de arquivo do jornalista da "Vanity Fair" Tim Hetherington, morto na Líbia nesta quarta-feira |
Nesta terça-feira, ele havia postado em sua página no microblog Twitter: "Estou cercado na cidade líbia de Misrata. Ataques indiscriminados das forças de Gaddafi. Nenhum sinal da Otan".
"Tim estava na Líbia para continuar seu projeto de chamar a atenção para crises humanitárias em tempos de guerra", disse a família Hetherington em um comunicado. "Sentiremos sua falta para sempre".
OUTRA VÍTIMA
O fotógrafo americano Chris Hondros, 41, que morava em Nova York e trabalhava para a agência Getty Images também morreu durante confrontos entre rebeldes e forças leais ao ditador líbio, Muammar Gaddafi, em Misrata nesta quarta-feira. Outros três fotógrafos ocidentais também ficaram feridos.
AP | ||
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O fotógrafo americano Chris Hondros, que morreu durante confrontos em Misrata, na Líbia |
"Ele dava um ar de intimidade ao seu trabalho", disse Swayne Hall, amiga de longa data que trabalha para a agência Associated Press. "Algumas pessoas usam lentes de longo alcance e não tem que se aproximar muito. Mas Chris chegava perto, ele não tinha medo de fotografar nada", contou.
Os outros dois fotógrafos feridos -- Guy Martin, britânico que trabalhava para a agência Panos e Michael Christopher Brown-- foram tratados após serem atingidos por estilhaços de munições, de acordo com fontes médicas.
As circunstâncias das mortes não foram esclarecidas de imediato. O comunicado da família Hetherington diz que Tim foi morto após ser atingido por uma granada.
Outros dois jornalistas morreram no conflito na Líbia, de acordo com o Comitê de Proteção a Jornalistas, com base em Nova York. Um homem armado matou Mohammed al Nabbous, fundador da versão on-line da TV líbia Al Hurra em Benghazi no dia 19 de março. O cinegrafista Ali Hassan al Jaber foi morto quando sua equipe da rede de TV Al Jazeera caiu em uma emboscada em Benghazi em 13 de março.
Forças leais a Gaddafi intensificaram os ataques contra Misrata, a terceira maior cidade líbia, lançando foguetes contra áreas residenciais da cidade, de acordo com testemunhas e fontes dos grupos de defesa dos direitos humanos.
A Otan já admitiu que os bombardeios aéreos são limitados no que diz respeito a proteger civis -- que é o principal objetivo da missão internacional.
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