Angola: SOLIDARIEDADE COM JOVENS PERSEGUIDOS PELO REGIME
Temos que formar jáum cordão de solidariedade em torno dos jovens vitimas de perseguições
Optando pela lei de não violência, os nossos jovens mostraram estarem preparados para os dias difíceis que se avizinham, porque afinal, foi apenas o começo de uma longa caminhada, até nos livrarmos da ditadura vigente.
Mesmo com a postura exemplarmente pacifica, assumida por todos aqueles que têm participado de corpo e alma, nessa onda de manifestações de protesto contra a ditadura em Angola.
O regime como se sente ainda mais nervoso, coxo, manco e ferido do que antes, parece não querer perder a oportunidade para se vingar dos jovens organizadores e participantes das tão justas, e esperadas manifestações contra a ditadura vigente. Para manifestar o seu desagrado e oposição ás tais manifestações, os nossos governantes deveriam se distinguir dos animais que usam a força bruta, para fazer valer os seus desejos.
Os animais, quando atacam , usam instintivamente a lei da força, enquanto os fracos, intolerantes e ignorantes, recorrem ás ameaças, perseguições e raramente não á morte. Os fortes moralmente e inteligentes como os nossos jovens, optarão sempre pela não violência nos seus protestos contra o regime, embora esse seja musculado.
A não violência que continuo a aconselhar aos nossos jovens, não significa fuga á realidade, indiferença, medo, resignação ou submissão passiva ao erro, á maldade e ás injustiças impostas pelo regime ao povo angolano.
É antes pelo contrário, uma reacção corajosa que permitirá resolver este conflito entre nós os oprimidos, e os nossos opressores de forma humana e pacífica. Esse tipo de situações exige mais força interior do que a simples e enganadora vingança, como tudo indica ser a intenção do regime, se somarmos os tantos casos já relatados, de jovens perseguidos, desde que o primeiro sinal foi dado no dia 7 de Marco.
Com tantas vaias, os fora (Zedu) abaixo a (Ditadura) e outras palavras justas que soaram, e vão aumentar de tom, é fácil o regime ficar zangado. Mas ficar zangado com as pessoas certas, na proporção certa, no momento certo, pelo motivo certo e de modo certo, isto jamais será fácil para esse regime, que não consegue ou finge não conseguir encontrar os motivos dentro de si próprio.
Sejam sensatos “camaradas”, não acham que a juventude em particular, e o povo em geral, têm mais do que razões suficientes para protestar? Estão mesmo conscientes de que têm governado para bem da maioria, e que vocês não são corruptos e o sustentáculo da corrupção no país?
Então, deixem os miúdos não só cantar, como desabafar porque nada mais é tão saudável, do que expressarmos a irritação que nos consome á todos.
Os miúdos deram também um grande exemplo, ao mostrarem que a delicadeza é mais forte do que a força bruta. E que os métodos violentos não podem ser mais justos e correctos, mesmo quando defendemos os nossos interesses, reivindicamos os nossos direitos e pontos de vistas.
Se preferirmos os delicados, como têm sido os nossos jovens, e não os brutos e grosseiros que não se cansam em perseguir os nossos jovens, para intimidá-los ou comprá-los, e quando resistem muitas vezes têm que pagar com a sua vida?
Então, temos que estar atentos, e formarmos um cordão de solidariedade em torno desses jovens, que já começaram a ser perseguidos pela secreta, desde que eles por iniciativa própria, resolveram lançar a primeira pedra, no coração da ditadura.
(O fora Zedu), entoado daquele jeito, e de forma bem cadenciada como se fosse o hino nacional, foi apenas um sério aviso ao cidadão Eduardo dos Santos, feito pelos jovens. Os jovens particularmente e o povo no geral acabaram por identificar que o mal de Angola, chama-se Eduardo dos Santos.
E acreditam que sem ele, Angola poderá mudar, com mais conquistas sociais e as esperanças do povo poderão renascer. Nós somos apenas pessoas e não nenhum modelo acabados e como tal, temos as nossas falhas e limitações.
Como tal, o regime deve reconhecer e aceitar que muita coisa não funciona como deveria, desde vários anos, e procurar mudar o rumo, em vez de querer transformar a violência numa doença contagiosa ao desencadear, essa onda de perseguições aos jovens. Muitos deles deixaram de dormir em suas casas, vivendo momentos de grande desespero e pânico, o que é mau para eles, suas famílias e para todos nós.
Compatriotas e “camaradas”, não acham uma grande ingenuidade o regime continuar a acreditar, que poderão conseguir resolver tudo, através da violência e intolerância política?
Fernando Vumby - Fórum Livre Opinião & Justiça
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