10 de abr. de 2011

Economia peruana está arrumada, mas distribuição de renda é desafio

Próximo presidente terá que fazer população sentir os benefícios da estabilidade

Geraldo Caso/07.04.2011/AFPGeraldo Caso/07.04.2011/AFP
Menino peruano carrega balão com as iniciais de Pedro Pablo Kuczynski, um dos presidenciáveis do Peru

O ganhador das eleições peruanas receberá um país com grande estabilidade econômica. O país passou por grandes reformas nos últimos anos, como a abertura do mercado interno e uma grande promoção dos investimentos privados nacionais e estrangeiros. Além disso, vem adotando uma rígida disciplina fiscal (não gasta mais do que arrecada) e monetária.


Além disso, um acordo de livre comércio feito com grandes economias ajudou o país crescer pelo menos 7% nos últimos cinco anos. Em 2008, o crescimento atingiu quase 10%.
A inflação, apesar disso, é uma das mais baixas da América Latina, e as reservas internacionais peruanas triplicaram para US$ 46 bilhões de dólares, ou 30% do Produto Interno Bruto (PIB).
O Peru tem também a nota de grau de investimento pelas três principais agências de classificação de risco do mundo, e com isso consegue empréstimos mais baratos e atrai investimentos em setores-chave como mineração e energia, que contam com projetos bilionários.
Distribuição de renda é um desafio
Uma melhor distribuição de renda é o maior desafio para o próximo presidente, assim como agilizar os programas sociais para fazer chegar rápido à população os benefícios do crescimento econômico. Quase um terço dos habitantes do país vive na pobreza.
Isso é vital no curto prazo, segundo analistas, para evitar conflitos sociais e continuar a implementação das reformas chamadas de segunda geração: um melhor sistema judicial, maior acesso à educação e saúde públicas.
O tema da inclusão social é crucial porque no Peru ocorrem protestos frequentes contra a exploração dos recursos naturais do país por parte de indígenas e camponeses, que se veem excluídos dos benefícios econômicos.
Outro tema chave é a luta contra o narcotráfico e a violência, já que o país está a caminho de se tornar o maior produtor de cocaína do mundo depois da vizinha Colômbia.
O peru vota neste domingo (10) em primeiro turno para escolher o presidente. O favorito até o momento é o esquerdista Ollanta Humala, com 29% das preferências.
Keiko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori, e o ex-presidente Alejandro Toledo vêm empatados em seguida, com entre 20% e 21% do eleitorado, segundo as pesquisas. O ex-prefeito de Lima, Pedro Pablo Kuczynski, com entre 17% e 18%, também está na briga.

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