ÉTICA, ESCROQUES, DELÚBIO E UM CONSELHO.
A corrupção é inerente ao ser humano. A cada instante, a todo o  momento e a cada segundo do dia ou da noite (diuturnamente e  noturnamente também – desculpem, mas não resisti -). Contudo, aprendemos  desde crianças a distinguir o certo do errado e as más práticas das  boas, também aprendemos que não devemos fazer aos outros aquilo que não  gostaríamos que fizessem conosco e muitas outras coisas. Tudo isso serve  para formar em nós um conjunto de valores  que costuma ser chamado de caráter. É o caráter que determinará nosso  comportamento pela vida a fora. Além disso, sabemos que o caráter é  formado muito mais por exemplos do que por noções teóricas de bem e mal.
Por isso mesmo, me sinto enojado e muito preocupado com os  exemplos fornecidos por notícias como a volta de Delúbio Soares ao PT.  Não pela volta em si, afinal de contas à política nacional  é uma podridão só e isso já era mais do que esperado; mas, pela forma  como ela se dá. Delúbio, um dos artífices e operador-mor do Mensalão,  praticamente é recebido como um “herói nacional” por ter “se  sacrificado” e “ficado caladinho” durante todo o seu “martírio” em praça  pública.
Entendam; por mais que possa parecer, não se trata de algo  partidário. Mesmo assumindo que odeio o PT de hoje – apesar de ter sido  militante ativo por anos e de ter ajudado Lula a se eleger – não me  convenço de que você, petista histórico, ou mesmo simpatizante do  discurso petista se sinta confortável ao presenciar o verdadeiro  festival de escárnio à ética que o partido promove, desde que foi pego  com as calças na mão no escândalo do Mensalão e se transformou em um  refém do PMDB, de Sarney e de qualquer escroque que se apresente.
O próprio ex-presidente Lula, ainda no exercício da  presidência, protagonizou um dos maiores crimes que um presidente da  república pode cometer: a prevaricação. Segundo denúncias que vieram à  tona este mês, Lula detonou um ministro do STJ que seria o indicado para  a vaga do STF posteriormente ocupada pelo Ministro Fux. O caso, agora  investigado pelo Ministério Público  e por uma comissão do Senado, tratou-se de uma denúncia de pedido de  suborno supostamente feita pelo ministro do STJ ao compadre e advogado  de Lula. Foi o próprio compadre de Lula que levou a queixa ao  presidente.
Lula, por sua vez, ao invés de tomar providências e ordenar  investigações sobre a veracidade das denúncias; preferiu fazer fofocas  com assessores, ministros e políticos de seu círculo de amizades. Ao  saber do que estava acontecendo, o ministro do STJ – alvo das acusações –  procurou José Sarney e comunicou que abria mão da indicação para o STF.
O detalhe fundamental, revelado pelo ministro, foi de que tudo  não passou de uma mentira contada pelo compadre de Lula ao ter uma ação  – da qual era parte interessada como representante da empresa ré – decidida contrariamente aos seus interesses pelo ministro do STJ.
Lula supostamente serviu de marionete e de moleque de recados do seu  compadre e, ao mesmo tempo, transformou-se em agente denegridor da moral  e da honra do ministro do STJ. Numa ação digna do pior caráter.
Tudo leva a crer que as investigações não darão em nada. Já que se  trata de investigar o círculo mais direto de contato a Lula e seus  amigos. E, venhamos e convenhamos, nenhum deles vai querer ficar mal com  o “Messias Operário”. Resta saber se o ministro, quase destruído  moralmente, terá peito e forças para levar a cabo alguma ação contra a  trama. Pelo menos, colocar a “boca no trombone” ele já fez.
Outro bom exemplo a ser dado para a formação do caráter dos  brasileirinhos é a entrega do Conselho de Ética do Senado a Renan  Calheiros. Depois de ser processado por mais de cinco vezes e de ter  escapado, graças à renúncia, de ser punido por apresentar notas falsas  visando justificar a renda que sustentava a pensão de sua amante –  supostamente proveniente de recursos públicos desviados – Renan  Calheiros foi eleito o queridinho de Lula é apoiado pelo PT e ovacionado  como “grande aliado”. É outro “herói” petista (apesar de ser do PMDB)  por ter arquitetado, juntamente com José Sarney, o acordo que livrou  Lula do impeachment na época do Mensalão.
Parodiando a letra da música “Escultura” e pedindo mil perdões a  Adelino Moreira e Nélson Gonçalves mando meu recado a você leitor do  Visão Panorâmica e a vocês petistas de plantão… ARREPENDEI-VOS!
Aqui a letra original e “Escultura”, grande obra de Adelino Moreira e Nelson Gonçalves, imortalizada na voz deste último.
SENADOR (2011)
Cansado de tanto roubarEu quis um dia endireitarMas, veio uma licitação.Uma mamata diferenteCom o aval do presidenteQue dizia do partido ter a benção
Comecei a estruturarO meu plano singularCheio de notas frias e fantasiaEnganei até a assembléiaCom malícia de FrinéiaE a pureza de Maria
Em Alagoas fui buscarUm frigorífico fundarPara garantir o meu glamourE para maior prestezaDei-lhe o porte de nobrezaDe madame Pompadour
E assim de contrato em contratoTerminei o meu trabalhoNo meu sonho de senadorE quando cheguei ao fimTinha diante de mimVocê, só você um aliado para o que for.
E assim de contrato em contratoTerminei o meu trabalhoNo meu sonho de senadorE quando cheguei ao fimTinha diante de mimVocê, só você um aliado para o que for.
Aqui a letra original e “Escultura”, grande obra de Adelino Moreira e Nelson Gonçalves, imortalizada na voz deste último.
ESCULTURA (1958)
Cansado de tanto amarEu quis um dia criarNa minha imaginaçãoUma mulher diferenteDe olhar e voz envolventeQue atingisse a perfeição
Comecei a esculturarNo meu sonho singularEssa mulher fantasiaDei-lhe a voz de DulcinéiaA malícia de FrinéiaE a pureza de Maria
Em Gioconda fui buscarO sorriso e o olharEm Du Barry o glamourE para maior belezaDei-lhe o porte de nobrezaDe madame Pompadour
E assim de retalho em retalhoTerminei o meu trabalhoO meu sonho de escultorE quando cheguei ao fimTinha diante de mimVocê, só você meu amor.
E assim de retalho em retalhoTerminei o meu trabalhoO meu sonho de escultorE quando cheguei ao fimTinha diante de mimVocê, só você meu amor.
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Se não conhece a melodia, segue a música na voz inesquecível de Nelson Golçalves.
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