DENÚNCIA

Guatemala

Relatório revela aumento da violência e crueldade nos crimes

 

 

O Grupo de Apoio Mútuo (GAM) divulgou o ‘Informe sobre situação de direitos humanos na Guatemala e atos de violência no mês de março de 2011', neste país da América Central. De acordo com a pesquisa, a violência está aumentando e os criminosos demonstram cada vez mais crueldade em seus atos.

De acordo com a pesquisa, nos três primeiros meses do ano foram mortos de forma violenta 738 homens, 116 mulheres e 20 crianças no país. Segundo o informe, a situação é preocupante, já que, ao contrário do que se pensava, os atos violentos estão aumentando. Para o GAM, este aumento é considerado um regresso aos índices de 2009, ano considerado o mais violento da década.

Se comparado ao primeiro trimestre de 2010, é possível observar que está tendo uma volta do comportamento violento que marcou o ano de 2009, e que os crimes são cometidos com mais crueldade e brutalidade, o que pode ser um indicador de que o comportamento violento no país está piorando.

A violência contra as mulheres também é grave, já que, de acordo com o monitoramento do GAM, nos últimos 5 anos foram mortas 2.317 mulheres na Guatemala, sendo que apenas 2% destes casos teriam sido julgados. De acordo com dados coletados pela entidade, nos três anos de governo do presidente Álvaro Colom foram feitas 27.829 denúncias de violência contra as mulheres, das quais 2% foram resolvidas e ainda 1% destas sentenças foram absolvidas.

A entidade destaca que a violência é resultado da impunidade e corrupção, e da falta de aplicação correta da justiça. De acordo com o informe, o mês de março apresentou um aumento de 3% tanto em relação ao mês anterior, quanto em relação ao mesmo mês de 2010. O GAM ressalta que isso demonstra a falta de controle de segurança por parte dos órgãos responsáveis, como a Polícia Nacional Civil.

Uma média com o número de mortos só deste ano demonstra que cerca de 10 pessoas são assassinadas todos os dias na Guatemala. Os massacres também têm acontecido com frequência e já vitimaram 202 pessoas somente nos três primeiros meses deste ano. Huehuetenango é o departamento onde se registra a maioria dos massacres, seguido por Palencia. Desde outubro de 2010 o GAM monitora os massacres no país e até então foram registradas 356 vítimas, sendo 215 mortos e 141 feridos.

Os municípios que apresentaram mais mortes violentas no primeiro trimestre deste ano são a capital do país, Cidade da Guatemala, com 220 casos; Mixco, com 55; Villa Nueva, com 53 e San Miguel Petapa, com 23 casos. As cidades menos violentas são San Raimundo e San Pedro Sacatepéquez, que não registraram nenhuma vítima de violência no período.

Já os cinco departamentos mais violentos nos primeiros três meses deste ano foram Guatemala, que registrou 407 mortes; Escuintla, com 61 casos; Jutiapa com 55 mortes; Zacapa com 40 registros e Huhuetenango com 39 assassinatos. Já os departamentos onde se registraram o menor número de mortes violentas no mês de março são Baja Verapaz, El Quiché e Totonicapán, com duas vítimas cada um neste mesmo período.

O relatório ressalta que agora que o país vive um momento eleitoral, muitos candidatos falam em solucionar o problema da violência, como uma tentativa de conseguir votos, mas não explicam de que maneira este antigo problema seria solucionado. Segundo o informe, faltam projetos claros e concretos e o que se vê agora são apenas 'promessas de campanha'. O GAM salienta que esta pesquisa serve para que as autoridades saibam quais são as regiões mais violentas e vulneráveis, e a partir daí, estabeleçam planos de ação.

O informe detalha que as instituições governamentais não chegaram a desenvolver mecanismos adequados para prevenir a derivação da 'violência estrutural'. Segundo o GAM, na atualidade será ainda mais difícil estabelecer parâmetros para prevenir e erradicar os altos índices de delinquência e as mortes violentas, dificultando a solução do problema no futuro.

Com informações do GAM: http://www.gam.org.gt/