21 de abr. de 2011

Arezzo, peles de animais e mais um caso de como NÃO lidar com redes sociais

Pelemania, coleção da Arezzo recolhida das lojas do Brasil.
Pelemania, coleção da Arezzo recolhida das lojas do Brasil.

Você provavelmente não é vegetariano, está pouco ligando para a origem dos bens que não só ingere, mas também os que consome, mas não pode negar que casos de mal trato aos animais sensibilizam e chamam a atenção porque… bem, você tem coração, né?
Uns chamam de hipócrita quem reclama de empresas que fabricam ornamentos com peles de animais enquanto saboreia um belo filé, mas nas duas situações há um detalhe que as diferencia: no primeiro caso, é puro luxuria luxo; no segundo, ainda que esse pecado (e talvez outro, a gula) esteja presente, você está saciando uma necessidade biológica, se alimentando, repondo energia.
De qualquer forma, mexer com os direitos dos animais é algo extremamente delicado quando feito de forma descarada e, pior ainda, se enaltece justamente a crueldade contra os bichos, ainda que indiretamente. Uma atitude quase suicida. Se no passado os casacos de pele eram sinônimo de glamour, hoje são pararraios de protestos — além de, obviamente, uma crueldade per se.
A Arezzo, que produz calçadas e acessórios femininos, anunciou uma coleção com o sugestivo nome “Pelemania”. São peças feitas com peles “certificadas e legalizadas” de coelhos e raposas, além de couro de cabra. Deviam ser caros, como todo produto da marca, com o plus das peles para conferir um ar de exclusividade e pretenso status.
O tiro saiu pela culatra.
A reação de consumidores e defensores dos animais nas redes sociais, onde a Arezzo tem presença, foi imediata. Na página da marca no Facebook, ainda agora podem ser lidos inúmeros protestos na forma de comentários. Muitos protestos. O mesmo se dá no Twitter.
Para apagar o incêndio, a empresa emitiu um comunicado, também no Facebook, informando que recolherá todas as peças que utilizam “peles exóticas” em sua composição das lojas do Brasil inteiro. Só ficarão as que têm peles sintéticas.
Essa estratégia tenta remediar a consequência de uma ação desastrosa, e não essa, não a ação que originou os protestos. A indignação do pessoal que “curte” a Arezzo no Facebook não está no fato da empresa vender essas peças, mas de tê-las produzido, sacrificado animais, independente de suas peles serem “certificadas e legalizadas” ou não. É uma mancha na marca que demorará a cicatrizar.
Sem acusações, sem tomar partido, como você avalia a ação da Arezzo e, principalmente, a solução dada pela empresa ao problema que se instaurou em torno da sua marca no Facebook e no Twitter? O remédio surtirá efeito? Fosse em outras épocas, o clamor popular teria sido tão forte a ponto de derrubar a coleção “Pelemania”?
Com informações do Brainstorm #9.

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