1 de mai. de 2011

Feriado de 1º de Maio ganhou força no Brasil com Getulio Vargas

 

Populista usava a data para anunciar medidas que favoreciam os trabalhadores

"O Dia do Trabalho", comemorado no dia 1º de Maio, vai completar 87 anos no Brasil neste ano. Oficializado no país em 1924 no governo de Artur Bernardes, a data ganhou força com Getulio Vargas, que entrou no governo em 1930, após a Revolução daquele ano.

Vargas passou a aproveitar o feriado de 1º de Maio para anunciar medidas que beneficiavam os trabalhadores, o que o ajudava a ganhar popularidade entre os empregados. 


Em 1940, Vargas aproveitou a data de 1º de Maio para anunciar a criação do salário mínimo. O comunicado foi feito no estádio do Vasco da Gama, no Rio de Janeiro, para cerca de 40 mil pessoas. O piso salarial serviria para bancar, todos os meses, os gastos de uma família de quatro pessoas com alimentação, habitação, roupas, higiene pessoal e transporte.


Mais tarde, em 1943, Vargas usaria de novo a data para anunciar medidas a favor dos trabalhadores. Naquele 1º de maio, o governante criou a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), um conjunto de normas que regulamenta as relações de trabalhistas entre patrões e empregados até hoje.

Origem do 1º de Maio

O Dia do Trabalho, que vai completar 125 anos em 2011, teve origem na cidade de Chicago, nos Estados Unidos, em 1886, quando estourou uma série de revoltas e protestos reivindicando, entre outros pontos, a redução da jornada de trabalho de 13 horas para oito horas diárias.


Neste dia, houve uma greve generalizada dos trabalhadores em todo o país. Dois dias depois, os funcionários da fábrica McCormick Reaper Works fizeram uma paralisação. A polícia foi chamada para conter o protesto, o que gerou enfrentamentos com os trabalhadores. 


No dia 4 de maio, durante outro conflito entre polícia e trabalhadores na Haymarket Square, uma bomba, cujo autor não foi identificado, explodiu em meio aos policiais e deixou um morto e algumas pessoas feridas.


Em seguida, houve uma troca de tiros e, no fim do confronto, sete policiais morreram - o número de trabalhadores mortos até hoje é indeterminado, segundo a CHS (sigla em inglês para Sociedade Histórica de Chicago).

Os protestos e paralisações eram organizados por movimentos de esquerda, e a pressão política e a repercussão do caso na imprensa à época levaram à prisão de oito líderes dos trabalhadores em Chicago. Segundo a CHS, eles eram ligados a movimentos anarquistas.

Esses empregados foram julgados culpados e condenados à morte por enforcamento, embora não tenham sido encontradas provas que os ligassem aos atentados a bomba. Apenas um líder dos trabalhadores escapou da morte: Oscar Neebe, que pegou 15 anos de prisão.

Depois dos combates em território americano, o 1º de Maio foi escolhido como o Dia do Trabalho em um congresso socialista em Paris, realizado em 1889. O encontro foi realizado para homenagear os líderes executados nos EUA e aos trabalhadores que morreram nas manifestações.

Mais tarde, em abril de 1919, o senado francês aprovou a redução da jornada de trabalho para oito horas e o 1° de Maio se tornou um feriado nacional.

Data diferente nos EUA

Nos Estados Unidos, entretanto, o Dia do Trabalho é comemorado no primeiro domingo de setembro. O feriado no país, inclusive, tem um nome diferente do resto do mundo: “Labor Day” (“Dia do Trabalho”), enquanto no resto do planeta, em inglês, é conhecido como “Workers’ Day” (“Dia dos Trabalhadores”, em tradução livre).

Segundo o site do Departamento do Trabalho dos EUA, o primeiro Dia do Trabalho no país foi celebrado em 5 de setembro de 1822, na cidade de Nova York.

Em 1884, a primeira segunda-feira de setembro foi escolhida como feriado, e o Sindicato Central de Trabalhadores sugeriu que outras cidades também celebrassem a data. Em 1885, o feriado já era celebrado em muitos centros industriais do país. A Rússia foi o segundo país a adotar a data.

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