29 de abr. de 2011

Plantão

Dutra revela que sofre crises de ausência da realidade

 


Ao anunciar nesta sexta-feira sua renúncia à presidência do PT por motivos de saúde, José Eduardo Dutra revelou que sofre de epilepsia com crises de ausência da realidade. O petista relatou ter alternado momentos de sonho e realidade, como um episódio em que ficou por dois dias e meio em um apartamento do Rio de Janeiro e pensava ter participado de um debate político em Minas Gerais. Dutra disse que sofre de um tipo de epilepsia conhecido como “foco irritativo cerebral idiopático”, que não provoca crises convulsivas, mas a ausência da realidade.
“Por incrível que pareça, eu me lembro perfeitamente do debate: era sobre barulho de madrugada na Praça Cesária Alvim [em Minas]. A Míriam Leitão estava criticando a prefeitura, administrada pelo PT, e eu defendendo a prefeitura no debate. Me lembro perfeitamente de tudo isso, só que eu estava dormindo. Fui para o hospital, fiz vários exames. Quando fiz o eletro, constatou esse foco”, afirmou. O presidente do PT disse que o quadro se agravou nos últimos meses pelo stress e crises de hipertensão –por isso decidiu “mudar de vida” e se afastar temporariamente da política.
“Estou deixando a presidência do PT. Mas eu não estou me aposentando por invalidez. Vou mudar de vida. Meu quadro clínico ainda exige cuidados, ainda necessita de ajuste de medicações e estruturação do tratamento de manutenção –que pode durar uma semana, um mês, dois meses”, afirmou. Dutra disse que não seguiu a sugestão de alguns petistas para apenas se licenciar do cargo porque não quer provocar uma situação de insegurança no comando do partido.
“Não é justo com o PT porque gera instabilidade no momento em que o partido tem tarefas urgentes na conjuntura política. Essa indefinição também gera stress, o que pode dificultar o tratamento nessa fase”, disse. O petista disse que não vai se afastar do Diretório Nacional do partido, mas apenas dedicar um tempo maior para cuidar da sua saúde. “Quando eu fui eleito para presidir o partido é porque uma parcela expressiva do partido entendia que eu tinha capacidade de dirigi-lo. Eu entendo que, nesse momento, ter capacidade está relacionado também a entender que neste momento eu não tenho capacidade.”
Solidariedade
O discurso de Dutra emocionou vários membros do Diretório Nacional do PT. A senadora Marta Suplicy (PT-SP) disse que o “companheiro” foi o primeiro presidente de partido a expor publicamente um problema de saúde - a exemplo de postura adotada pela presidente Dilma Rousseff quando anunciou ter sofrido câncer linfático. “Serve como exemplo para próximos políticos não enrolarem quando estiverem em dificuldades”, afirmou a senadora.
Comento
Olhem, há pouco a dizer sobre a saúde de Dutra a não ser, e falo sinceramente, torcer para que se recupere. É o que desejo a todas as pessoas, sem distinção. Alguém poderia dizer: “Pô, mas ele fica entrando num debate em defesa do PT mesmo num momento de ausência de realidade?” Não parece haver nada de estranho nisso. Faz parte de seu ofício defender o partido, mesmo numa crise de ausência. Creio que qualquer um teria uma espécie de delírio ligado à sua profissão. Já Marta Suplicy… Ela merece um post só dela.
Por Reinaldo Azevedo

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