25 de abr. de 2011

"A casa da Mãe Joaninha"

 

 

Na VEJA desta semana, Julia de Medeiros conta como Uma sucessão de vexames públicos, escândalos administrativos, protestos populares e ondas de boatos corroem o já minguado capital político da prefeita de Fortaleza. Leiam trecho:
Luizianne Lins, do PT, é desde o ano passado a detentora do título de a prefeita mais mal avaliada do país, segundo o Datafolha. Os últimos acontecimentos mostram que ela não deve perder o trono tão cedo. Em fevereiro, a prefeita tirou uma licença médica de dez dias. Voltou no grito de Carnaval, envergando uma fantasia de joaninha, com direito a antenas e microssaia de bolinhas. Assim trajada, abriu a folia em Fortaleza, para, logo em seguida, bater asas para Salvador, onde curtiu a folia no camarote da cantora Daniela Mercury. Há duas semanas, decidiu retribuir a hospitalidade da artista contratando-a pa-ra cantar no aniversário de 285 anos da capital. No show. Luizianne novamente surpreendeu a população: escalou uma atriz para discursar em seu lugar e evitou, assim, as vaias com as quais a oposição pretendia ofuscar a apresentação da baiana. O show de Daniela Mercury custou 385. 000 reais. Pegou mal. Ó valor é maior do que a dívida da prefeitura com um dos princi¬pais fornecedores de material cirúrgi¬co da rede municipal de saúde. A falta de pagamento causou a suspensão das entregas do material na semana passada. “Ela pagou para o povo pular e beber cachaça em vez de cumprir suas obrigações com a saúde”, diz José Frota Neto, um dos credores.
Não foi a primeira vez que a prefeita usou o dinheiro público para demonstrar todo o seu apreço pelos cantores baianos, presença garantida nos réveillons que ela promove em Fortaleza. Quatro dessas festas terminaram em pendengas jurídicas. Em todas, o motivo foi o mesmo: ausência de licitação e pagamentos de serviços não comprovados. Por exemplo. Luizianne decla¬rou ter pago 715000 reais de cachê a Caetano Veloso na última celebração. Alegou que o valor cobriu as passagens, as diárias e o transporte de equipamentos dos músicos que acompanhavam o cantor. O detalhe desconfortável é’ que Caetano havia feito um show solo. A VEJA, o músico acusou a prefeitura de ter pago despesas que ele não fez nem cobrou.
Mesmo quando consegue comprovar suas despesas, a petista encontra problemas para justificá-las. O Tribunal de Contas do Ceará descobriu que, em 2007, ela usou o cartão corporativo pago pela prefeitura em uma loja de eletrônicos na Itália. Em 2008, Luizianne reincidiu. Mãe de um menino de 11 anos, foi flagrada passando o cartão em uma loja de brinquedos de Fortaleza. Aperreada com a repercussão do caso. requereu segredo de Justiça sobre os papeis. Sua mãe, a suplente de deputada estadual Luiza Lins, é outra fonte de problemas. Luiza não só construiu uma casa no meio de uma reserva ambiental como a está ampliando. Para não ser flagrada, pôs a obra em nome de um laranja. Só voltou atrás quando a ilegalidade foi descoberta pelo Ministério Público Federal.
Leia a íntegra na revista
Por Reinaldo Azevedo

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