Pregação de FHC deixa oposição inquieta
Em artigo, ele propõe gastar menos energia com ‘povão’ e priorizar a nova classe média
BRASÍLIA - O Congresso se dividiu na avaliação do artigo escrito pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para a revista Interesse Nacional, divulgado nesta terça, 12, na internet. Sob o título O Papel da Oposição, o texto critica as táticas do "lulopetismo" e as atitudes e estratégias do PSDB. A oposição, diz FHC, deve voltar-se para as "novas classes possuidoras", alheias ao jogo partidário, mas ativa nas redes sociais como Facebook, YouTube e Twitter.
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) alertou para o "risco" de erro na leitura incompleta do artigo. Ele afirmou que leu todo o artigo e que, em vez de propor o afastamento dos eleitores mais pobres, como sugere a avaliação parcial do texto, Fernando Henrique chama a atenção para a apropriação do que ele chama de "lulopetismo" em relação às teses que o PSDB defendia e até mesmo de ações feitas no governo dos tucanos, como é o caso da estabilidade econômica.
"É um artigo extremamente complexo, é a análise do sociólogo. É um risco pinçar uma ou outra afirmação fora do contexto geral", afirmou. Para Aécio, Fernando Henrique chama a atenção para a necessidade dos tucanos se aproximarem, via redes sociais, de setores da classe média, o que, avalia, "é um processo absolutamente necessário".
Já o líder do PSDB, senador Álvaro Dias (PR), entendeu que o ex-presidente se referiu aos movimentos sociais "cooptados de forma promíscua pelo governo petista". "A população das camadas mais pobres não participa de forma absoluta dos movimentos sociais. Então, há espaço nas camadas mais pobres que, aliás, elegeram Fernando Henrique duas vezes".
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