Marchas, manifestações e tomadas de estradas. Essas são apenas algumas ações iniciadas na manhã de hoje (12) em várias regiões de Honduras. As mobilizações fazem parte da Segunda Paralisação Cívica convocada pela Coordenação Nacional da Frente Nacional de Resistência Popular (FNRP). Apesar do caráter pacífico, notícias já dão conta de repressão policial e militar em diversos locais, situação semelhante a da última mobilização.
Esta é a segunda vez que a Frente convoca a população a uma paralisação nacional neste ano. A primeira aconteceu no dia 30 de março, 13 dias atrás. Os manifestantes, além de apoiar as reivindicações dos professores, lutam contra a privatização da educação pública e os altos preços dos combustíveis e da cesta básica. Ainda estão entre as demandas dos hondurenhos e das hondurenhas o fim da política de desrespeito aos direitos humanos e o retorno seguro de Manuel Zelaya, coordenador geral da FNRP e presidente hondurenho que foi deposto no golpe de junho de 2009.
As ações acontecem em todo o território de Honduras. Os departamentos de El Paraíso, Olancho e Yoro, por exemplo, estão mobilizados desde o início da manhã desta terça-feira. Em Comayagua, a manifestação recebe o reforço de pais de famílias, camponeses, estudantes dos colégios León Alvarado e La Normal, e integrantes do Bloco Popular.
Membros do Movimento Unificado Campesino de Aguán (Muca) também participam da paralisação. De acordo com informações de agências, cerca de 2.000 camponeses do Movimento estão mobilizados para exigir o cumprimento dos acordos estabelecidos entre Muca e Porfirio Lobo. A negociação foi para solucionar o conflito agrário ocorrido em Bajo Aguán em abril do ano passado. Entretanto, conforme Muca, um ano depois, o Governo ainda não cumpriu os acordos firmados.
Os manifestantes programam ainda o fechamento de estradas que ligam as cidades de San Pedro Sula, Danli e Catacamas a Tegucigalpa. O mesmo deve ser feito nas vias que levam de San Pedro Sula a Ceiba e desta cidade a Tocoa e Trujillo.
Repressão
Assim como aconteceu na paralisação do último dia 30, a repressão policial e militar também marcou algumas ações desta terça-feira. Foi o que aconteceu, por exemplo, em Colonia López Arellando, no departamento de Cortés, onde a repressão militar a uma marcha pacífica resultou na detenção de várias pessoas, entre elas Gustavo Mejía, diretor do Instituto Manuel Pagan Lozano.
Em Tegucigalpa, estudantes que realizavam manifestações em frente à Universidade Pedagógica Nacional Francisco Morazán foram alvos de gases lacrimogêneos lançados pelas forças do Estado. Em resposta, os alunos jogaram pedras contra policiais e militares.
A violência também se repetiu no departamento de Olancho, onde policiais atiraram contra manifestantes que bloqueavam a estrada que liga Juticalpa a Tegucigalpa. A repressão resultou em várias pessoas feridas e dezenas agredidas, entre elas Salvador Arnodo, coordenador da FNRP em Olancho. Ele e pelo menos outros 25 manifestantes foram levados à polícia de Juticalpa.
Com informações de Red Morazánica de Información
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