8 de abr. de 2011

Especialistas defendem mais rigor no controle de porte e venda de armas
 


Acesso a arma de fogo ampliou dimensão da tragédia, diz analista.


    
Dois especialistas ouvidos nesta quinta (7) pelo G1 afirmaram que, para se evitar  tragédias como a ocorrida na escola no bairro de Realengo, no Rio, é necessário maior controle do porte e da venda de armas.

“Isso porque, sem arma, as pessoas ficam menos valentes. E a ausência delas evita a ocorrência de ações por impulso e impede ações como a de hoje”, disse o analista criminal Guaracy Mingardi, membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e ex-subsecretário nacional de Segurança Pública (2008/2009).

Para Alice Ribeiro, mestre em direitos humanos e administração pública e coordenadora da área de controle de armas do Instituto Sou da Paz, é necessário, além de controlar a venda de armas, tirá-las de circulação.

Segundo ela, é preciso desarmar a população, seja por meio de busca e apreensão de armas ilegais, ou por meio da campanha permanente da entrega voluntária de armas.

Os dois especialistas concordam que se Wellington Menezes de Oliveira, o responsável pela morte de 11 crianças em uma escola em Realengo (RJ), não tivesse acesso a uma arma de fogo, teria ferido menos pessoas.



“O que a gente sabe é que, se aquele cara não tivesse arma na mão, a tragédia não teria a dimensão que teve. Qualquer outro instrumento que ele tivesse para se expressar, certamente não seria tão letal quanto a arma de fogo”, afirmou Alice.
“Tem muita arma em circulação no Brasil”, disse a coordenadora da área de controle de armas do Instituto Sou da Paz. “E o que a gente sabe é que, quanto mais armas estiverem em circulação, mais mortes vão acontecer”, afirmou.

Escola
“A escola é um alvo fácil. Ele matou crianças porque é mais fácil de matar”, afirmou Mingardi. “O ambiente da escola é muito vulnerável, porque são vítimas fáceis, e não pode haver uma segurança muito grande para não transformar o lugar em um presídio.”

Para o ex-subsecretário, a presença de policiais armados, detector de metais, câmeras de segurança e revista dos visitantes “podem ajudar, mas não impedem ações como essa”.

“É impossível garantir segurança total em uma escola porque entra muita gente. Qualquer um pode entrar na escola alegando, por exemplo, que quer matricular o filho”, disse Mingardi.

Polícia
Mingardi acredita que o papel principal da polícia não é discutir a motivação do autor dos disparos.
“Agora, o trabalho da polícia é investigar como ele teve acesso às armas e pegar quem permitiu esse acesso [empréstimo ou venda] para servir de exemplo”. Para ele, quem “deixa um sujeito desequilibrado com arma na mão” merece ser punido.



Fonte: G1

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