Crime organizado faz mais onze vítimas no México
Ataques a tiros foram realizados por homens armados em Monterrey
Onze pessoas foram assassinadas e outras três ficaram feridas em ataques atribuídos ao crime organizado em diferentes pontos da cidade mexicana de Monterrey, capital do Estado de Nuevo León, informaram as autoridades nesta quinta-feira (14).
Os ataques, a tiros de fuzil, ocorreram com menos de duas horas de diferença, informou Jorge Domene Zambrano, porta-voz do Conselho de Segurança estadual. Zambrano atribuiu os crimes a ajustes de contas entre os cartéis de drogas rivais Los Zetas e Cartel do Golfo, que disputam o controle de Monterrey, a cidade mais industrializada do norte mexicano.
Os ataques tiveram as mesmas características: homens armados a bordo de veículos dispararam contra pedestres e pessoas que viajavam em automóveis. O primeiro ataque ocorreu às 16h07 e teve como vítima um homem que seguia em seu automóvel. O outro, perpetrado às 17h56, deixou como saldo cinco mortos e um ferido.
Em outros pontos da cidade, homens armados dispararam contra vários jovens, fazendo mais três vítimas fatais e dois feridos. Posteriormente outros dois homens que estavam em uma caminhonete foram mortos a tiros. A violência provocada pelos cartéis das drogas provocou mais de 35 mil mortes nos últimos quatro anos.
Mais 23 corpos são encontrados em valas clandestinas
Além da violência em Monterrey, a polícia mexicana encontrou nesta quinta mais 23 corpos em valas comuns clandestinas no município de San Fernando, no Estado de Tamaulipas, nordeste do México, totalizando assim 145 corpos descobertos nesse local desde a semana passada, disse à Agência Efe uma fonte oficial.
Os trabalhos de escavação são realizados por agentes ministeriais apoiados por outras autoridades, afirmou um porta-voz da procuradoria de Tamaulipas. Essas 23 vítimas foram encontradas em 12 valas clandestinas. Os primeiros boletins de autópsia revelaram que os crimes foram cometidos nos últimos dois meses.
A descoberta começou na semana passada, quando policiais que investigavam o sequestro de várias pessoas que viajavam em ônibus de passageiros toparam com as valas clandestinas, localizando inicialmente 59 corpos. Ao continuar os trabalhos de escavação, foram localizados outros corpos, chegando a 116 na terça-feira, outros seis achados nesta quarta-feira - e não dez como se informou inicialmente -, com o que totalizavam 122. E mais os 23 desta quinta.
Os fatos foram atribuídos à organização criminosa Los Zetas, um dos grupos mais sanguinários do país, que disputa em Tamaulipas o controle do tráfico de drogas com seu antigo aliado, o Cartel do Golfo. Los Zetas, que surgiram há uma década criados por um grupo de militares de elite desertores, também foram apontados como os responsáveis da morte de 72 imigrantes, alguns deles brasileiros, em agosto passado também em San Fernando, um município que fica no caminho rumo à fronteira com os Estados Unidos.
A Procuradoria Geral informou nesta quarta-feira que 33 pessoas haviam sido detidas por esses incidentes, entre elas 16 policiais municipais por suposta colaboração com Los Zetas nesses crimes. As investigações indicam até o momento que a maioria das vítimas era mexicana, mas o governo da Guatemala informou que um imigrante guatemalteco estava entre elas.
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