26 de abr. de 2011

"Anistia Internacional divulga relatório sobre violência contra mulher"



BRASÍLIA - A responsabilidade do Estado pela violência urbana a que as mulheres estão sujeitas no Brasil, tanto na mão de grupos criminosos quanto na de agentes responsáveis pelos cumprimento da lei, é apontada no relatório Por Trás do Silêncio – Experiências de Mulheres com a Violência Urbana no Brasil - divulgado nessa quarta-feira (16) pela Anistia Internacional.
O trabalho mostra padrões de violação dos direitos humanos das mulheres em seis estados – Bahia, Sergipe, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul.
Por meio da história de várias mulheres - Joana, Bárbara, Dona Vitória, Paula, Kátia, Verônica, Patrícia - o relatório descreve como elas lidam com altos níveis de violência criminal na ausência de proteção do Estado, como o contato feminino com o sistema de justiça criminal pode ser traumático e a maneira pela qual um número crescente delas tem se envolvido direta ou indiretamente com o tráfico de drogas.
De acordo com o trabalho, nas comunidades socialmente excluídas, as mulheres levam a vida em um cenário de constante violência criminal e policial.
- No entanto, suas histórias raramente são ouvidas - diz o texto.
Dessa forma, o relatório trata especialmente das vivências ainda não relatadas de pessoas que batalham para viver, criar os filhos e que lutam por justiça em meio à grande violência urbana.
Para a realização do trabalho, a Anistia Internacional conversou, entre 2006 e 2007, com mulheres que foram obrigadas a abandonar suas casas quando os bairros em que viviam foram tomados por criminosos, e com mães que dedicam a vida a lutar por justiça em nome de um filho assassinado.
Algumas delas, envolvidas diretamente com o comércio de drogas, somente aceitaram falar com a garantia de que os nomes de suas comunidades não fossem revelados.
O relatório diz que, apesar de duas conquistas importantes – a adoção da Lei Maria da Penha e a criação da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres – que tratam das questões que afetam as mulheres brasileiras, as vivências de exclusão social e a relação com a segurança pública “continuam, em grande parte, negligenciadas”.



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