Denúncia

África Austral e Oriental: Subnutrição afecta 50 porcento da população

 

CERCA de 265 milhões de pessoas de uma população total estimada em pouco mais de 400 milhões de habitantes na África Austral e Oriental, encontram-se subnutridas. Os dados são da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), reportados pela Aliança para o Comércio de Matérias-primas na África Austral e Oriental (ACTESA).

Falando ontem, em Livingstone, Zâmbia, na abertura de uma Conferência para Jornalistas da África Austral e Oriental, o representante da ACTESA, Cris Muyunda, afirmou que a situação prevalecente, a par da crise internacional de alimentos é condicionada pela falta de mercados e o baixo nível de comércio intra-regional de produtos agrícolas.

“A região tem um elevado potencial agrícola, possui vastas áreas férteis inexploradas e bastante água potável, mas infelizmente subsistem nos respectivos países políticas inconsistentes e divergentes, uma instabilidade de preços, para além de um baixo nível de uso de tecnologias, o que reduz a competitividade do sector agrícola”, disse Muyunda.

A fonte afirmou que a sua organização está empenhada em implementar uma estratégia que focaliza a identificação de mercados e expansão do comércio, bem como a capacitação institucional direccionada para a comercialização de produtos de pequenos camponeses e agricultores comerciais da região.

Actualmente a ACTESA, uma agência especializada do Mercado Comum da África Austral e Oriental (COMESA), concebido no âmbito da Nova Parceria para o Desenvolvimento da África (NEPAD), para promover o desenvolvimento da agricultura, está a implementar uma estratégia para os próximos cinco anos.

Segundo Muyunda, a referida estratégia prevê a captação de investimentos estimados em cerca de 117 milhões de dólares norte-americanos que deverão elevar a actual taxa de crescimento anual das exportações agrícolas de 15 para 20 porcento. Com estes investimentos, as exportações da África Austral e Oriental, segundo a fonte, conhecerão um incremento dos actuais 10,6 biliões de dólares para pouco mais de 25 biliões de dólares norte-americanos no próximo quinquénio.   

• Paulo da Conceição, em Livingstone, Zâmbia

NOTA:

Já houve tempo em que não era assim. Havia comida pra todos. Nõ estando em causa as independências, o que falhou?

Fernando Gil

MACUA DE MOÇAMBIQUE