A riqueza arqueológica do Alto Tapajós
Por Bruna Rocha
24 sítios arqueológicos do período pré-colonial foram identificados com a ajuda dos moradores das localidades de Montanha e Mangabal, no Alto Tapajós.
Os sítios apresentam terra preta de índio, machados de pedra polida e fragmentos cerâmicos.
A presença de fragmentos cerâmicos e de vários machados polidos (que teriam sido utilizados para a criação de áreas de plantio) indica de que podem se tratar de grupos indígenas sedentários, possivelmente agricultores – uma hipótese fortalecida pela presença de sítios com terra preta de índio.
Sabemos hoje que a terra preta de índio, o tipo de solo mais rico da Amazônia, é produto de ocupações humanas passadas.
Artefatos de pedra lascada também foram identificados, possivelmente evidenciando ocupações indígenas mais antigas ainda, que não fabricavam cerâmica e que viviam com base na caça, pesca, coleta e manejo de plantas.
Alguns dos sítios arqueológicos também foram posteriormente habitados por seringueiros que chegaram à região durante o primeiro e segundo cíclo da borracha.
Alguns dos sítios arqueológicos também foram posteriormente habitados por seringueiros que chegaram à região durante o primeiro e segundo cíclo da borracha.
Estas evidências deixam claro que a região do Alto Tapajós possui uma longa e rica história que, embora ainda pouco conhecida, possui alto potencial para desenvolvimento de pesquisas.
Bruna Rocha é formada em História pela Escola de Estudos do Oriente e da África (SOAS), da Universidade de Londres, e mestranda em Arqueologia no Instituto de Arqueologia, da Universidade de Londres (UCL). Também trabalha como tradutora.
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