ONU confirma 536 mortos no oeste da Costa do Marfim desde fim de março
Um dia após prisão do ex-presidente Laurent Gbagbo, cidadãos tentam retomar rotina
Agências internacionais
Issouf Sanogo/11.04.2011/AFP
Moradores comemoram a prisão de Laurent Gbagbo por soldados leais ao presidente eleito Alassane Ouattara; moradores de Abidjã tentam retomar rotina após meses de combates e mortes
Um total de 536 pessoas morreu desde o fim de março nos confrontos na região oeste da Costa do Marfim, informou nesta terça-feira (12) a porta-voz do Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas), Ravina Shamdasani.
- Nossa equipe de investigação no oeste foi reforçada. No momento estabelecemos que 536 pessoas morreram no oeste do país.
A porta-voz advertiu que o balanço final de vítimas fatais pode ser ainda maior e defendeu uma atitude de responsabilidade, que considerou "necessária para a reconciliação nacional".
Um dia após a prisão do ex-presidente Laurent Gbagbo, que se recusava a deixar o poder, as Forças Republicanas da Costa do Marfim (FRCI), favoráveis ao presidente eleito, Alassane Ouattara, se desdobravam em vários distritos de Abidjã para garantir a segurança dos residentes da capital econômica marfinense.
À espera de retornar a seus postos na polícia, as FRCI tentam evitar que se repitam os roubos e saques registrados nas últimas semanas na cidade que hoje parece calma.
Polícia e serviços públicos retomados em Abidjã
Em comunicado transmitido ontem à noite, o comandante geral da Polícia Militar Nacional, Edward Ksarat, e o diretor-geral da Polícia Nacional, Bredou M'Bia, fizeram um pedido a seus agentes para que retomassem seus serviços e acelerassem assim a volta à normalidade.
Moradores de Cocody, onde está localizada a residência presidencial na qual Gbagbo permaneceu entrincheirado vários dias até ser preso, indicaram à agência de notícias EFE que a situação em Abidjã parecia normalizada.
- Ontem à noite e esta manhã foram muito tranquilas. Fazia tempo que não se dormia tão bem. Podia sair de casa esta manhã. Até havia veículos em movimento.
Gbagbo pediu para que captores não o matasse
“Não me mate!”. Estas foram as primeiras palavras pronunciadas, segundo uma testemunha, pelo ex-presidente marfinense Laurent Gbagbo quando seus captores entraram nesta segunda-feira à noite em sua residência em Abidjã.
“Havia minas por todas as partes no pátio” da imponente propriedade, disse à agência de notícias France Presse um membro das milícias leais a Ouattara.
Segundo um combatente não identificado pela France Presse, homens que participavam da ofensiva ficaram feridos pelos explosivos armados na residência do ex-presidente.
Já a mulher do ex-líder teria sofrido agressões ao chegar ao hotel, Golf Hotel, quartel-general das forças do presidente eleito da Costa do Marfim
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