8 de abr. de 2011

Multidão lota cemitério para sepultamentos de vítimas de ataque à Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo



RIO - Uma multidão comparece aos sepultamentos de quatro vítimas do ataque de Wellington Menezes de Oliveira à Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, que estão sendo veladas na manhã desta sexta-feira no Jardim da Saudade, em Sulacap, bairro vizinho a Realengo, na Zona Oeste do Rio. Algumas pessoas já precisaram de atendimento médico. Devido à lotação, o corpo de Rafael Pereira da Silva está sendo velado em um espaço improvisado em um corredor externo do cemitério.


O prefeito do Rio, Eduardo Paes, compareceu ao cemitério e percorreu as capelas. Alguns presentes criticaram a falta de segurança no colégio. Também estiveram presentes os secretários de Assistência Social, Rodrigo Bethlem, e de Conservação, Carlos Osório.
Paes também fez uma visita de 15 minutos ao cemitério do Murundu, em Realengo, onde prestou solidariedade às famílias de Larissa Silva Martins e Mariana Rocha de Souza, duas das 12 vítimas da chacina. As duas estão sendo veladas e serão sepultadas às 11h.
- É uma tragédia que abalou toda a cidade. Vim dar um abraço às famílias. Agora é hora de confortá-las. Não há nada que possa reparar essa perda - disse Paes.
O prefeito, perguntado sobre que tipo de assistência dará aos familiares e aos alunos da escola daqui em diante, disse que elas deverão precisar de atendimento psicológico especializado. E que seu secretariado irá se reunir para definir as estratégias de assistência.
- Cheguei em casa, e a primeira pergunta que meus dois filhos fizeram foi "vem cá, como pode um homem entrar na escola e matar essa gente toda?" Fiz por bem explicar - disse Paes com lágrimas nos olhos.
A Secretaria municipal de Assistência Social (SMAS) informou que disponibilizou o custeio de todos os sepultamentos para as famílias que desejarem.
Em Sulacap, parentes da menina Luiza Paula da Silveira contaram que ela, por volta de 8h da manhã, tentou se comunicar pelo celular com os pais. Segundo uma tia, o pai da menina tentou retornar as ligações sem sucesso. Logo depois, souberam que a menina estava morta.
A família de outra vítima, Larissa Santos Atanásio, não quis falar com a imprensa por estar muito abalada, mas o tio-avô Jorge Luiz Torres contou que soube do episódio por comentários no trabalho, e que o avô da menina, seu irmão, Carlos Roberto Torres, foi avisado por ele do que tinha acontecido. A família, por algumas horas, ainda chegou a pensar que ela tinha levado apenas um tiro no ombro e que passava bem em algum hospital da cidade. As buscas por Larissa se encerraram no final do dia, quando o pai reconheceu seu corpo no IML.

As equipes do órgão vão continuar, nesta sexta-feira, com o trabalho de apoio à famílias. Além da assistência psicológica na escola, nos hospitais para onde foram encaminhados os feridos e no Instituto Médico Legal, os profissionais estão auxiliando os familiares no processo de reconhecimento dos corpos e nos trâmites necessários para os sepultamentos.
Em homenagem às vítimas, o Grupamento Aeromarítimo da Polícia Militar vai fazer sobrevoos nos cemitérios onde acontecerão os sepultamentos.

O massacre contabiliza 13 mortos, sendo dez meninas e dois meninos, além do assassino, Wellington Menezes. Ao todo, 12 vítimas permanecem internadas em seis hospitais, sendo dez meninas e dois meninos. Desse total, três estão em estado grave e um deles já recebeu alta hospitalar.
Dois policiais militares passaram a noite no colégio, que ficou lacrado. As aulas estão suspensas.

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