29 de abr. de 2011

DENÚNCIA-BRASIL

BC indica mudança de rumo… rumo aos juros!

Há dois meses, anunciou-se com certo estardalhaço que o Banco Central havia mudado de rumo. Neste blog, comentou-se que a coisa toda parecia falta de rumo. Pois é… Leiam o que segue:
Por Lorena Rodrigues e Valdo Cruz, na Folha:
O Banco Central mudou o discurso adotado para defender sua estratégia de combate à inflação, indicando que voltará a aumentar os juros para conter os preços e fará isso num período de tempo mais prolongado do que se pensava há poucas semanas. A instituição divulgou ontem a ata em que explica a decisão tomada na semana passada pelo Copom (Comitê de Política Monetária), que na quarta-feira subiu a taxa básica de juros da economia de 11,75% para 12% ao ano. O documento sugere que o BC dará mais força à taxa de juros como instrumento de combate à inflação, deixando em segundo plano medidas de restrição da oferta de crédito como as adotadas desde o fim do ano passado.
A mudança de tom foi recebida no mercado com alívio e preocupação. Muitos analistas aprovaram a ênfase no uso da taxa de juros, mas alguns temem que o ritmo gradual imprimido pelo BC à subida dos juros seja insuficiente para frear os preços. Segundo a Folha apurou, a presidente Dilma Rousseff foi avisada pelo BC de que o ciclo de aperto será mais duradouro e que isso é necessário para evitar que a inflação continue muito acima do centro da meta estabelecida pelo governo em 2012. A meta de inflação fixada para este ano e o próximo é de 4,5%, com uma tolerância de dois pontos percentuais para cima e para baixo. As projeções mais recentes indicam que o IPCA, principal índice de preços do país, deverá atingir 6,3% neste ano.
Na terça-feira, Dilma disse que o governo está “diuturnamente atento às pressões inflacionárias”. Há duas semanas, o presidente do BC, Alexandre Tombini, declarou que o país está “no meio” de um ciclo de aperto monetário, antecipando o tom reforçado ontem pelo Copom. No Planalto, o entendimento é que novas altas nos juros serão anunciadas até que as projeções para a inflação de 2012 se aproximem de 4,5%. Analistas de mercado apostam que o BC promoverá duas altas consecutivas de 0,25 ponto percentual na taxa Selic nos próximos meses.
Por Reinaldo Azevedo

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