Obama 2012, repeteco do discurso de mudança
por Heloisa Villela, de Washington
Recebi, hoje cedo, um e-mail do Presidente Barack Obama, que reproduzo abaixo. É o lançamento, oficial, da campanha pela reeleição. Fica claro, de cara, que ele vai tentar repetir o sucesso da vitória de 2008 com uma estratégia básica semelhante: mobilizar a população através da internet. O problema, agora, é falar de mudança estando no poder. Se ele não tem avanços e mudanças para apresentar, depois de dois anos na Casa Branca, será difícil canalizar toda a insatisfação que transpira na sociedade americana.
O texto do e-mail não tem sequer uma proposta. Nada. Diz apenas que ele vai concorrer novamente para proteger as mudanças alcançadas e promover outras tantas. Mas tudo em linhas gerais. Nada específico. Por exemplo: “Nós sempre soubemos que mudanças duradouras não viriam rapidamente ou facilmente. Nunca é assim. Mas enquanto a minha administração e pessoas por todo o país lutam para proteger o progresso que já fizemos – e promover mais – nós também precisamos começar a nos mobilizar para 2012, muito antes que chegue o tempo para que eu comece a fazer campanha prá valer”.
O que foram as mudanças promovidas por Obama? Ele ampliou a guerra no Afaganistão, bombardeou a Líbia, se recusou a fechar um acordo para a troca do combustível nuclear do Irã (negociado por Lula e pelo governo da Turquia), passou uma lei aguada de reforma da saúde – sem a opção pública que forçaria a redução dos preços e com a garantia da reserva de mercado para as empresas, já que todos são obrigados a comprar algum tipo de seguro de saúde -, garantiu a saúde financeira dos bancos sem exiger, em contrapartida, a renegociação das prestações da casa própria para as famílias endividadas e ameaçadas de despejo.
Agora, o que se vê e se sente, é uma desesperança ainda maior do que no fim do governo Bush. Além da crise que provocou despejos e demissões, uma enxurrada de governos estaduais e municipais republicanos, eleitos no ao passado, estão adotando medidas e leis dacronianas contra trabalhadores e imigrantes. O projeto é arrancar o pouco que os assalariados ainda têm. Demitir o funcionalismo público com o discurso de que governo quanto menor, melhor. Impedir que os sindicatos de negociar melhores condições, inviabilizar a sindicalização dos trabalhodres, exigir que funcionários públicos paguem uma parcela maior de seus próprios fundos de pensão e por aí vai.
Esta talvez seja a única vantagem política de Obama. Se conseguir culpar esta leva de republicanos pela insatisfação geral da população, se conseguir “colar” na oposição este sentimento, aí, sim,ele tem uma chance. Do lado de lá, quem tem feito barulho são os radicais do Tea Party, a turma de Sarah Palin. Mas dificilmente um representante deste grupo será candidato a presidente pelos Republicanos. Ainda assim, Obama pode usar essa gente, e as políticas anti-trabalho que estão entrando em vigor nos estados, para assustar os eleitores e trazer de volta boa parte da turma que se desencantou logo no primeiro ano do mandato da “mudança”.
Heloisa –
Today, we are filing papers to launch our 2012 campaign.
We’re doing this now because the politics we believe in does not start with expensive TV ads or extravaganzas, but with you — with people organizing block-by-block, talking to neighbors, co-workers, and friends. And that kind of campaign takes time to build.
So even though I’m focused on the job you elected me to do, and the race may not reach full speed for a year or more, the work of laying the foundation for our campaign must start today.
We’ve always known that lasting change wouldn’t come quickly or easily. It never does. But as my administration and folks across the country fight to protect the progress we’ve made — and make more — we also need to begin mobilizing for 2012, long before the time comes for me to begin campaigning in earnest.
As we take this step, I’d like to share a video that features some folks like you who are helping to lead the way on this journey. Please take a moment to watch:
In the coming days, supporters like you will begin forging a new organization that we’ll build together in cities and towns across the country. And I’ll need you to help shape our plan as we create a campaign that’s farther reaching, more focused, and more innovative than anything we’ve built before.
In the coming days, supporters like you will begin forging a new organization that we’ll build together in cities and towns across the country. And I’ll need you to help shape our plan as we create a campaign that’s farther reaching, more focused, and more innovative than anything we’ve built before.
We’ll start by doing something unprecedented: coordinating millions of one-on-one conversations between supporters across every single state, reconnecting old friends, inspiring new ones to join the cause, and readying ourselves for next year’s fight.
This will be my final campaign, at least as a candidate. But the cause of making a lasting difference for our families, our communities, and our country has never been about one person. And it will succeed only if we work together.
There will be much more to come as the race unfolds. Today, simply let us know you’re in to help us begin, and then spread the word:
Thank you,
Barack
PS do Viomundo: Com o que fez até agora, Obama garantiu os lucros da indústria farmacêutica, do complexo industrial-militar e da indústria financeira. Em 2008, ele arrecadou US$ 750 milhões para a campanha. Agora, dizem que pode ser o primeiro presidente a bater o recorde e arrecadar US$ 1 bilhão. Quanta mudança!!
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